Mania entre as crianças, Pop it é mesmo um brinquedo relaxante? - Hospital Sabará
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Mania entre as crianças, Pop it é mesmo um brinquedo relaxante?
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Mania entre as crianças, Pop it é mesmo um brinquedo relaxante?

Pop it, pop it, pop it. Quem é mamãe e papai de crianças nos tempos de hoje, muito provavelmente, tem ouvido essas palavrinhas todos os dias. E não está fácil fugir do assunto repetitivo, pois o brinquedo que virou “febre” entre os pequenos está presente em todos os cantos: redes sociais, shoppings e também nas lojinhas de bairro – pendurados já na porta para atrair a criançada. Mas, afinal, será que o pop it é realmente um brinquedo que auxilia no alívio do estresse, como diz a sua fama?

 

Conversamos com a coordenadora do setor de psicologia do Sabará Hospital Infantil, Cristina Borsari, para entender se o brinquedo é, de fato, benéfico para as crianças e quais os cuidados que os pais devem tomar com a atividade que pode virar um vício. Se na sua casa esse tema já tem gerado alguns problemas ou mesmo se você ainda não sabe do que se trata a nova mania do mundo infantil, siga no texto para entender o que é o pop it e como conduzir melhor a relação das crianças com esse passatempo. Fique com a gente!

 

Pop it é mesmo um brinquedo antiestresse?       

 

Feito de silicone maleável, o pop it é uma espécie de bandeja com diversas “bolhas” de meia esfera que podem ser empurradas de um lado para outro. Ao fazer esse movimento, é possível ouvir um som que remete a sensação de estar estourando as bolhinhas. Sim, o hábito é bem parecido com o de apertar as bolinhas do plástico bolha, material para embalar equipamentos e objetos frágeis no transporte. Quem nunca se rendeu a essa tentação, não é mesmo?

   

Nossa psicóloga explica que experiências que ativam sentidos como o tato, a visão e a audição ajudam, sim, no alívio da ansiedade e causam relaxamento por trazerem aos poucos uma conexão com o tempo presente. Nesse sentido, ela avalia como o pop it pode baixar a ansiedade dos pequenos ao fixar a atenção deles somente na atividade que estão fazendo naquele momento. “Sempre que a gente tem um movimento que vai ativar sensações sensoriais da criança você vai ter um movimento de concentração, e essa concentração faz com que toda a estimulação externa fique em segundo plano”, esclarece Borsari.    

 

Os pop its fazem parte de uma categoria chamada fidget toys, que em uma tradução livre do inglês para o português quer dizer brinquedos para inquietação. Os conhecidos (e antigos) cubos mágicos e os (mais recentes) spinners também integram esse tipo de objetos lúdicos, que têm como objetivo principal exercitar a paciência de quem manuseia. Borsari conta que a sensação de conforto é resultante dos movimentos repetitivos, que ao diminuírem a estimulação externa, também promovem a redução da liberação de hormônios relacionados aos momentos de tensão. “A sua mente fica focada em executar a ação do brinquedo de uma forma que isso te produz sensações de bem-estar porque minimiza cortisol e adrenalina, que são os neurotransmissores que vão promover a ansiedade e o estresse”, complementa a psicóloga. 

 

Cuidado entre o relaxamento e o vício 

 

“A diferença entre o remédio e o veneno está na dose”. Essa frase tão conhecida na área da saúde vem nos lembrar que o equilíbrio é uma base fundamental da vida. Por isso, o interesse das crianças pelos pop its também precisa ser acompanhado com atenção.    

 

Se por um lado o brinquedo pode proporcionar benefícios como a concentração, o relaxamento e o afastamento dos filhos das telas, por outro lado, seu uso indiscriminado também pode trazer alguns prejuízos. “Como eles são brinquedos menores, que dá pra carregar pra todo lado, a criança pode também se viciar em ficar apertando essas bolinhas, em ter a todo momento isso nas mãos”, alerta a psicóloga.

 

Borsari destaca que o brinquedo não deve estar disponível para as crianças naqueles momentos em que elas precisam focar em outras atividades. A psicóloga, então, orienta os responsáveis a estabelecerem combinados: “Cabe aos pais orientar os filhos, criar as regras do uso do pop it, como não levar para escola, se não for o dia do brinquedo, e não deixar usar durante as aulas, porque ele vai competir a atenção e a concentração da criança com os ensinamentos da professora. É importante criar as regras do uso do pop it, para que ele realmente exerça o papel de relaxamento no momento em que for usado.” 

 

E como contornar os pedidos de “Compra mais um”?

 

Em forma de borboleta, coração, peixinho, tabuleiro… existe uma infinidade de modelos de pop its e também de cores. Além de controlar o uso, os pais ainda enfrentam o desafio de lidar com a obsessão que as crianças podem desenvolver em relação ao brinquedo.    

 

Nesses casos, nossa psicóloga aconselha os responsáveis a construírem uma conversa com os pequenos que os leve a refletir sobre a função do brinquedo: “A criança realmente vai pedir sempre que enxergar na loja, numa banca, para os pais comprarem. Eu acho que cabe dizer [para criança] que eles têm sempre o mesmo efeito. E que ela não precisa ter uma coleção de pop its. Ela pode ter aqueles que considera mais bonitos”. 

 

Outra experiência educativa que também pode ser trabalhada com os pequenos é a troca de brinquedos – mas sempre com a higienização de todas as peças. “A troca é benéfica, pois ela ensina para as crianças algumas coisas relacionadas ao desapego dos brinquedos, e traz uma novidade que a criança vai mostrar pra família, para os irmãos, e depois devolver”, orienta Borsari.

 

Um diálogo aberto, que auxilie as crianças a avaliar o que, para além do desejo, também passa pela decisão de compra, ajuda no desenvolvimento do pensamento crítico e nos próprios hábitos que elas terão no futuro. “Compete a gente também explicar que isso tem um custo, conversar se é um valor acessível ou não para aquela família. Ao mostrar o consumo exagerado como algo pejorativo, é uma forma de você educar também o seu filho para o consumo consciente”, destaca a psicóloga.

 

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