Cuidado com a pele das crianças: alergias podem agravar no verão
Suor excessivo, maior exposição à umidade da piscina ou ocorrência de picadas de insetos, essas são algumas situações que podem contribuir com o maior desenvolvimento de alergias de pele em crianças durante o verão. E, no caso de alguns pequenos, que já possuem a pele mais seca e sensível, é preciso ficar ainda mais atento.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), até 25% das crianças podem apresentar a dermatite atópica, um dos tipos de alergia de pele mais comuns e que pode se agravar com as altas temperaturas. Vamos entender um pouco mais sobre essa doença, fatores desencadeantes e cuidados?
No texto de hoje ainda vamos falar de outras circunstâncias e agentes que podem causar irritações na pele das crianças, além de dar dicas de hidratação que são bem-vindas para todos. Siga na leitura!
Dermatite atópica
A dermatite atópica é uma doença genética, crônica, e não contagiosa. A principal característica é uma pele muito seca, que pode apresentar crostas e erupções que coçam. Normalmente, esses sinais surgem nas dobras do corpo como pescoço, cotovelo e atrás do joelho.
A Dra. Carolina Contin, dermatologista do Sabará Hospital Infantil, explica que crianças que possuem a doença podem ter o quadro agravado durante a estação mais quente do ano. “A dermatite atópica pode piorar no ápice do verão por conta do excesso de transpiração, uso de repelente e protetor solar. Nesses casos, a criança já tem a predisposição, já tem uma pele mais sensível, e pode agravar pelo uso de algum produto”.
Os pacientes com dermatite atópica não possuem na pele a substância que auxilia no fator natural de hidratação, o que forma uma película protetora. Por isso, a hidratação da pele dessas crianças é ainda mais essencial, pois auxilia tanto na prevenção ao aparecimento das inflamações como também no tratamento das lesões. Porém, fique atento aos cremes utilizados. Busque usar produtos específicos de criança, sem fragrância, e que, normalmente, são hipoalergênicos, ou seja, aqueles que foram testados em laboratórios para terem menores chances de causarem alergia. E, sempre que necessário, consulte um especialista.
Alergia de contato
Não somente quem tem a predisposição pode desenvolver um processo alérgico na pele. Uma reação inflamatória pode ser provocada pela exposição a um agente que a criança tenha alergia, o que causa irritação. “Pelo contato você também pode ter alergia. Por exemplo, algum componente do protetor solar ou do repelente. Pode ser uma pele íntegra, mas começou a usar aquele produto, com uso repetitivo, você acaba sensibilizando aquela pessoa pelo sistema imunológico dela e ela vem a ter a alergia de contato”, ressalta a Dra. Contin.
Além de observar a reação da pele da criança a esses cosméticos mais usados no verão, fique sempre de olho nos produtos de higiene pessoal como sabonetes e também perfumes. Atenção ainda com os limpadores domésticos como detergentes e sabões. Esses produtos estão entre os principais causadores de irritação na pele e, em tempos de pandemia, o uso se tornou ainda mais frequente.
Caso perceba alguma irritação na pele da criança, a Dra. Contin destaca que “identificar o que pode estar desencadeando essa alergia é importante para fazer a relação com a causa e poder tirar do contato”.
Ela ainda chama atenção para as reações alérgicas que podem acontecer após exposição solar, como é o caso do contato com algumas frutas como o limão, que causa alergia parecida com queimaduras. “Depois que manipular alimentos é sempre importante lavar as mãos, ainda mais porque às vezes está na praia, espirra no corpo”, orienta Contin.
O contato com algumas plantas, como arnica, hibisco e arruda, seguido da exposição aos raios ultravioletas, também pode causar esse tipo de reação alérgica.
Vamos conhecer agora algumas dicas simples para manter a pele mais hidratada? Essa é uma das ações mais importantes de prevenção a irritação e erupções.
Evite banho quente e beba água!
A água quente resseca ainda mais a pele, portanto duchas frias e mornas são as mais indicadas. O que não é nada mal nesses dias de calorão, não é? Aproveite o verão para criar com seu filho o hábito de tomar banhos com temperaturas mais amenas, faz bem para todos.
A Dra. Contin ainda destaca outra atitude simples de aumentar a hidratação cutânea: “um jeito de hidratar a pele também é beber bastante água, ainda mais no tempo de verão que acaba transpirando mais e perdendo mais água”.
No caso dos bebês, com menos de seis meses de idade e que estão em aleitamento materno exclusivo, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que não é preciso oferecer água, pois o leite materno é completo e tem água suficiente para saciar a criança – em dias mais quentes, basta amamentar com maior frequência. No entanto, bebês que tomam leite artificial, o órgão afirma que o consumo de água pode ser considerado pelo pediatra e, dessa forma, recomenda que pais e responsáveis avaliem em conjunto com o médico da criança essa necessidade.
E lembra dos hidrantes – aqueles indicados para crianças – que falamos antes? A Dra. Contin afirma que a hidratação diária da pele, com cremes adequados, é uma forma de prevenir alergias e também de começar tratamentos. No entanto, ela reforça a importância da orientação médica: “Mas, realmente, para tratar é necessário avaliar, pois às vezes precisa tomar algum antialérgico ou usar uma pomada específica”.
Caso necessite, nossos dermatologistas estão disponíveis para atendimentos presencial e também por telemedicina. Para mais informações, entre em contato com o Canal de Apoio aos Pais (CAP) pelo whatsapp (11) 97068 1924.
Saiba mais sobre este assunto:
https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas-tratamentos/eczema-atopico/
https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/informacoes-alergicas/