Varicela e Hepatite A - Vacinas - Hospital Sabará
 
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Varicela e Hepatite A – Vacinas

Desde 1997, a SBP recomenda que os pediatras orientem essas duas vacinas para crianças maiores de 1 ano de idade. Embora sejam doenças de menor gravidade do que o sarampo e a hepatite B, é essencial lembrar que ambas podem causar complicações graves, mesmo em pessoas imunocompetentes. Adolescentes sem imunidade à varicela e à hepatite A são considerados pessoas de risco para apresentar complicações dessas doenças. O antecedente positivo para varicela parece ser bastante confiável, porém, em caso de dúvida se a criança teve ou não a doença, é mais seguro vacinar. Quanto à hepatite A, como a maioria dos casos que ocorrem na infância cursam na forma assintomática, raramente teremos a informação sobre o antecedente da doença. Em crianças e adolescentes que vivem em áreas com boas condições de saneamento básico, recomenda-se a vacinação contra hepatite A, sem realizar a sorologia prévia. Em adultos, como existe maior risco de já terem sido expostos ao vírus da hepatite A, pode-se solicitar a reação sorológica, para evitar os custos de vacinar indivíduos já imunes, embora a vacinação de pessoas que já tiveram a doença não acarrete nenhum perigo.

Etiologia
Vírus Varicella-zoster, da família dos herpes-vírus.

Epidemiologia
Os humanos são a única fonte de infecção. O contágio se faz por contato do vírus com a mucosa do trato respiratório superior ou conjuntiva e, menos frequentemente, por contato com as lesões de pele, inclusive no zoster. A mãe infectada pode transmitir a doença ao feto por passagem transplacentária do vírus.

O pico de incidência acontece no fim do inverno e início da primavera.

A transmissão pode ocorrer a partir de 1 a 2 dias antes do início do exantema, persintindo até que todas as lesões estejam na forma de crosta.

O período de incubação é de 10 a 21 dias, mais frequentemente 14-16 dias. A doença pode ocorrer após 1 a 16 dias em neonatos de mães com doença ativa no momento do parto.

Quadro clínico
Doença extremamente contagiosa, tem início como um quadro gripal, com sintomas como febre não muito elevada e mal-estar, seguidos do aparecimento de exantema generalizado bastante pruriginoso característico. Cada lesão começa na forma de pápula, que evolui para vesícula, pústula e, depois, crosta. A presença de polimorfismo regional é bastante patognomônica, caracterizando-se por diferentes formas de lesão em uma mesma região do corpo da criança, representando diversas viremias.

As complicações que podem ocorrer incluem infecção de pele secundária, pneumonia, plaquetopenia, artrite, hepatite, ataxia cerebelar, encefalite, meningite e glomerulonefrite. Varicela hemorrágica é mais comum em pacientes imunocomprometidos. A doença tende a ser mais grave em adolescentes e adultos.

Outra complicação, menos frequente desde a redução do uso de salicilatos, é a Síndrome de Reye.

As complicações da doença devem ser lembradas quando se orienta uma família a vacinar suas crianças, para que a importância da prevenção possa ser compreendida. Infelizmente, ainda há a falsa ideia de que a doença só se manifesta de forma benigna, e muitas crianças que poderiam ser vacinadas ainda não o são. A vacina não está disponível na rede pública no Brasil.

A criança vacinada pode apresentar doença sintomática, porém, em forma mais leve, com poucas lesões e sem risco de complicações.

Após a remissão da doença, o vírus permanece latente no organismo e sua reativação é chamada de varicela-zoster, com quadro clínico de lesões variceliformes típicas agrupadas na distribuição de 1 a 3 dermátomos sensoriais.

Diagnóstico
Usualmente, clínico.

Tratamento
Tratamento de suporte.

O permanganato de potássio 1:40.000 no banho tem efeito antisséptico e secante das lesões. Talco mentolado ou calamina também podem ser utilizados para alívio do prurido e, se necessário, anti-histamínicos via oral.
Orientar as mães a manter as unhas das crianças curtas e limpas é importante para evitar a infecção secundária das lesões.

O uso de pomadas antibióticas pode ser preconizado, mas, em caso de suspeita de infecção secundária mais extensa da pele, é recomendado antibioticoterapia oral, ou até endovenosa, com penicilina ou cefalosporina de primeira geração.

O uso de salicilatos está contraindicado pelo risco de Síndrome de Reye. Essa informação deve ser sempre passada à família.

O uso de antiviral (aciclovir) está indicado nos casos de formas graves da doença (encefalite, pneumonia, doença do recém-nascido) e nos pacientes imunodeprimidos. O tratamento deve ser endovenoso, na dose de 10mg/kg, de 8h em 8h, por 5 a 10 dias.

Nos casos de zoster, aciclovir via oral está preconizado com bons resultados, mesmo para pacientes imunocompetentes.

Isolamento
Respiratório e de contato. Indicado por um período mínimo de 5 dias após o aparecimento do exantema, mais precisamente enquanto houver lesões vesiculares.

Profilaxia
A vacina está indicada para todas as crianças suscetíveis, a partir dos 12 meses de idade. Deve ser orientada para pacientes suscetíveis expostos à doença, até 72 horas pós-exposição, com intuito de prevenir ou reduzir a gravidade da apresentação clínica.

A imunização passiva, pós-exposição (VZIG – globulina hiperimune antizoster), está indicada nos seguintes casos: recém-nascidos de mães que desenvolveram a doença 5 dias antes do parto e até 2 dias após o mesmo; imunodeprimidos sem história de varicela ou vacinação; recém-nascidos prematuros; e grávidas suscetíveis.



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