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A Miocardiopatia Dilatada é uma doença que não afeta a estrutura do coração propriamente dita, o sangue tem as origens e os destinos habituais do coração. No entanto, afeta de forma importante a função e o tamanho do coração, principalmente do Ventrículo Esquerdo. Dessa forma, o músculo cardíaco é tão fraco que não consegue enviar, satisfatoriamente, o sangue para as partes às quais se destina, tanto à Artéria Pulmonar (no caso do Ventrículo Direito), quanto à Artéria Aorta (no caso do Ventrículo Esquerdo), com isso, o ventrículo vai aumentando de tamanho, pois esse músculo não consegue suportar a pressão que existe dentro dele.
Com o diagnóstico de Cardiomiopatia Dilatada, o médico deve afastar algumas causas para seu aparecimento, pois isso pode mudar o tratamento da doença. A maioria delas, no entanto, tem causas desconhecidas, o que chamamos de idiopática.
A Miocardiopatia Dilatada é uma doença rara e grave, acometendo em média de 0,34 a 3,8 casos ao ano para cada 100 mil crianças.
Tratamento
Quando se há evidência que essa condição é decorrente de um fator tratável, deve-se tratar a sua causa que pode ser cirúrgica, como quando ela é causada por alteração das artérias coronárias, por exemplo, ou medicamentosa, quando, entre outras coisas, ela é causada por uma arritmia. Para a maioria, no entanto, não há causa ou ela não é tratável. Para esses casos, devemos amenizar os sintomas.
Dessa forma, lançamos mão de medicamentos que vão ajudar o coração a enviar sangue ao corpo e outros que não vão deixar que ele se acumule de forma tão intensa no pulmão.
Quando esses medicamentos já não conseguem por si só melhorar a oferta de sangue e oxigênio ao corpo, podem ser necessários medicamentos que são infundidos continuamente na veia e ajudam o coração a bater de forma mais eficiente. Eles devem ser inseridos em cateteres que chegam diretamente no coração, pois é lá que vão exercer sua função. Essas crianças deverão, portanto, permanecer hospitalizadas.
A partir do momento que se tem evidência de que a função do coração não está melhorando apesar do uso de medicamentos regulares ou quando há a necessidade de uso de inotrópicos deve-se proceder com o tratamento definitivo que é o Transplante Cardíaco.
Sabe-se, no entanto, que mesmo após indicado o transplante, isso vai demorar a acontecer, pois depende de condições satisfatórias do paciente e de órgão compatível, o que é difícil, principalmente na faixa etária pediátrica. Por isso, existem recursos como a ECMO, a Assistência Ventricular e o Coração Artificial que substituem o coração e podem oferecer maior estabilidade clínica e melhora da qualidade de vida para aguardar o Transplante Cardíaco.
É importante ressaltar que após o tratamento, essas crianças poderão exercer as atividades normais de sua faixa etária, porém mesmo após o transplante, irão necessitar de medicamentos de uso regular (para impedir que o organismo rejeite o novo órgão) e deverão fazer acompanhamento de rotina com o cardiologista.
Sabará Hospital Infantil
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