Imobilizações e Orientações sobre o Gesso
Depois de uma trauma ou uma torção, podemos ter de usar uma imobilização. Em especial nos casos em que o trauma resulta em fratura. É muito importante contar com a sua colaboração na manutenção da imobilização até o final do tratamento.
GESSO, TALA GESSADA OU ÓRTESE?
O gesso é composto de uma bandagem que, quando molhada, pode ser moldada e, ao secar, fica resistente. Serve para manter a posição do local machucado até que tudo esteja bem novamente.
A posição mantida pelo gesso é a de repouso ou de redução, no caso das fraturas, para que o osso fraturado não se mova.
O gesso imobiliza uma articulação acima e outra abaixo da área a ser tratada. Por exemplo: no caso de fratura dos ossos da perna, o gesso deve ser desde a raiz da coxa até o pé.
O gesso é feito de uma bandagem branca e não deve ficar em contato direto com a pele, para evitar irritações. Por isso, é colocada uma malha tubular de algodão, seguida de algodão ortopédico e só então o gesso é molhado e aplicado. No início, o gesso fica pesado mas, à medida que vai secando, torna-se um pouco mais leve. Para secar totalmente, o gesso leva, em geral, dependendo da estação do ano, de 2 a 3 dias. Nesse período, o cuidado com ele deve ser redobrado, para evitar rachaduras e quebras.
CUIDADOS NECESSÁRIOS:
Nas primeiras horas:
Logo em seguida do trauma ou da fratura acontece o inchaço da extremidade. Mesmo nos casos sem fratura, em que o gesso é colocado, devemos observar a ponta dos dedos, a capacidade de movimentá-los sem dor e a cor da pele.
Elevar a extremidade imobilizada acima do nível do coração ajuda a melhorar o inchaço e alivia a dor.
Também pedir para a criança mover os dedos da mão ou do pé, porque isso ajuda a promover a circulação.
Nos casos de fratura, esse cuidado é muito importante. Com o inchaço, existe um aumento de volume da extremidade, o que pode levar a falta de espaço dentro do gesso. Essa é uma situação de emergência, e a criança deve ser levada ao pronto-socorro, onde o gesso deverá ser aberto.
Situações em que a criança deve ser levada de volta ao pronto-socorro:
- Aumento progressivo da dor
- Aumento do edema acima ou abaixo do gesso
- Aparecimento de parestesias: formigamento ou alterações da sensibilidade
- Palidez na pele dos dedos
- Aparecimento de febre
- Mau cheiro no gesso
NÃO MOLHAR O GESSO :
O gesso não é à prova de água, portanto, precisa ser protegido na hora do banho. Uma boa ideia é colocar um saco plástico ou enrolar magipack no gesso, para evitar que se molhe. Se isso não for possível, então nada de banho de chuveiro.
Quando o gesso fica úmido ou molhado, perde a capacidade de manter a extremidade na posição adequada e, portanto, pode necessitar ser trocado.
A troca do gesso deve ser evitada, especialmente nos casos de fratura, pois ele foi colocado após a redução da fratura no pronto-socorro ou no centro cirúrgico, sob anestesia. Implica, portanto, em uma nova redução e/ou nova anestesia para a criança. E isso pode ser evitado se forem tomados os cuidados básicos com o gesso.
A umidade no gesso pode resultar em irritação da pele e coceira.
Não bater o gesso ou com o gesso:
É importante evitar rachaduras ou traumas no gesso. A extremidade imobilizada pode ficar inchada e doer, mais um motivo para atrapalhar a recuperação da lesão primária.
Não colocar nada dentro do gesso:
Não deixe e oriente a criança a não coçar a pele dentro de gesso com objetos pontiagudos, pois podem machucar a pele. Também não deixe que coloquem objetos pequenos dentro do gesso por brincadeira.
Não coloque talco ou pomadas dentro do gesso, pois isso causa irritação da pele. Se a coceira for muito intensa, pode-se usar o secador de cabelo na temperatura fria, para aliviar o desconforto. Nunca use a temperatura quente no gesso.
Tipos de gessos e principais usos:
- GESSO BRAQUIOPALMAR
- Vai desde o braço, logo abaixo do ombro, até a região entre a palma da mão e os dedos.
- Serve para contusões e fraturas do braço, cotovelo, antebraço e punho.
- Usado para o tratamento não operatório e operatório das fraturas.
- GESSO ANTEBRAQUIOPALMAR
- Vai da prega do cotovelo até a região entre a palma da mão e os dedos.
- Serve para contusões e fraturas dos ossos do punho e da mão.
- HEMIJOTA
- Imobilização não gessada, liga o braço ao tronco para impedir os movimentos do ombro, braço e cotovelo.
- Serve para fraturas da clavícula, ombro e braço.
- IMOBILIZAÇÃO EM “8”
- Imobilização não gessada que abraça os dois ombros.
- Serve para fraturas da clavícula.
- VELPEAU
- Imobilização não gessada que é colocada fixando o braço no tronco.
- Serve para fraturas na região do ombro e braço.
- GESSO CRUROPODÁLICO
- Gesso aplicado em todo o membro inferior.
- Serve para imobilizar fraturas do fêmur próximas ao joelho e fraturas da perna.
- Pode ser utilizado para andar ou não, dependendo da indicação do médico.
- GESSO SUROPODÁLICO
- Gesso colocado na perna até os dedos do pé.
- Serve para fraturas da perna, do tornozelo e pé.
- Também pode ser utilizado para andar, dependendo da indicação.
- GESSO PELVIPODÁLICO
- É colocado desde o quadril até o pé.
- Serve para fraturas do fêmur e também nos casos de pós-operatório de cirurgias do quadril.
- Variações: somente colocado do lado lesado ou incluir a outra coxa, dependendo da indicação.
- GESSO CRUROPODÁLICO TIPO BROOMSTICK
- Gesso desde a coxa até o pé, colocado bilateralmente.
- Serve para manter as coxas e pernas imobilizadas na posição de abertura.
- Utilizado nos casos de pós-operatório de cirurgias nos tendões da coxa.
Órtese:
Tem a mesma função básica da imobilização gessada: impedir o movimento do local machucado ou quebrado. Geralmente, é mais leve que o gesso, feita de lona de algodão, e pode ou não ter suporte com hastes de aço. Fica fixada à extremidade mediante tiras de velcro. Eventualmente, segundo a orientação médica, poderá ser retirada para dormir e no banho.
EM CASO DE DÚVIDA, CONTATE A EQUIPE DA ORTOPEDIA DO PRONTO-SOCORRO DO HOSPITAL INFANTIL SABARÁ.