Estenose Hipertrófica de Piloro
É a obstrução quase completa do canal pilórico (ligação do estômago com o intestino), em decorrência de hipertrofia da musculatura circular do piloro. Forma-se um verdadeiro tumor ao nível do piloro, duro, quase sempre palpável através da parede abdominal.
Os meninos são mais frequentemente afetados do que as meninas, em proporção de 4:1. A moléstia ocorre principalmente em primogênitos.
O sintoma clínico fundamental é o vômito de leite não ingerido, não corado de bile, com início na segunda ou terceira semana de vida, e piora progressivamente em 7 a 10 dias. Mais raramente, o quadro se inicia na quinta ou sexta semana de vida. Apesar dos vômitos intensos e repetidos, a criança apresenta apetite voraz. Frequentemente, a criança se torna obstipada.
O diagnóstico pode ser estabelecido com história e exame físico. Quando a oliva pilórica não é palpada, pode ser realizada ultrassonografia abdominal, que revela a imagem do piloro espessado.
Em caso de dúvida, a confirmação deve ser feita por exame radiográfico. A radiografia simples do abdome revela distensão gástrica e escassez de gás nas alças intestinais. O exame contrastado do estômago e duodeno fornece imagens típicas: o estômago se apresenta dilatado, com ondas peristálticas; a região antropilórica assume a forma comparável a um “bico de seio”; e o canal pilórico é alongado, em virtude da compressão da musculatura hipertrofiada, constituindo o “sinal do fio”.
O tratamento consiste em hidratação parenteral, sondagem nasogástrica para esvaziamento do estômago e cirurgia.
Autores: Dr. Uenis Tannuri e Dra. Ana Cristina Aoun Tannuri
Fonte: Baseado no texto dos autores no livro Manual de Urgências e Emergências em Pediatria
Hospital Infantil Sabará – Ed. Sarvier