Enurese noturna - Xixi na cama - Hospital Sabará
 
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Enurese noturna – Xixi na cama

A enurese primária (ou seja, incontinência urinária sem causa) é definida por episódios discretos de incontinência urinária durante o sono em crianças maiores de 5 anos de idade que nunca tenham alcançado um período satisfatório de secura noturna, não tenham sintomas do trato urinário nem histórico de disfunção da bexiga.

A enurese primária tem uma alta taxa de resolução espontânea (cerca de 15% ao ano). É mais comuns em meninos e parece haver tendência familiar. O tratamento da enurese noturna primária pode envolver uma ou uma combinação de intervenções, abordando:

  • Educação e terapias motivacionais, geralmente usadas inicialmente, e intervenção mais ativa quando a criança fica mais velha – quando aumentam as pressões sociais, e a autoestima da criança é afetada.
  • Aconselhamento sobre incontinência urinária, que deve ser fornecido a todas as crianças e famílias que tenham crianças com enurese. É importante ressaltar que a enurese não é culpa da criança. Devem ser oferecidas sugestões práticas para reduzir o impacto da incontinência urinária, como: incentivar a micção regular durante o dia e pouco antes de ir para a cama; e fornecer orientações sobre o momento e o tipo de ingestão de líquidos.

Terapias motivacionais
O famoso calendário no qual se colam ou desenham estrelas é geralmente a primeira intervenção para as crianças mais jovens (entre 5 e 7 anos) que não molham a cama todas as noites e são maduros o suficiente para aceitar alguma responsabilidade para o tratamento. Se a terapia motivacional não conduzir à melhora após três a seis meses, intervenções ativas podem ser garantidas.

Treinamento da bexiga
Também conhecido como treinamento de controle de retenção, envolve pedir à criança para segurar sua urina por intervalos sucessivamente mais longos, para aumentar a capacidade da bexiga. Treinamento da bexiga é um componente comum de programas de terapia multimodal. Nós não recomendamos a formação da bexiga no tratamento inicial da enurese noturna.

Tratamentos ativos

  1. A desmopressina é uma intervenção eficaz para enurese noturna em crianças e famílias que desejam tratamento medicamentoso.
  2. Alarmes de enurese são a terapia mais eficaz a longo prazo e tem poucos efeitos adversos, mas não são muitos comuns no Brasil.
  3. Outros tratamentos medicamentosos podem ser usados a critérios médico.

A desmopressina funciona melhor para crianças com poliúria noturna e capacidade vesical funcional normal. Pode ser mais eficaz do que um alarme de enurese no curto prazo, mas tem uma maior taxa de recaída e é mais caro. Sugerimos desmopressina como terapia inicial ativa para crianças e famílias que buscam, a curto prazo, a melhoria da enurese.

Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Up To Date

Xixi na cama – Molhando a cama

A enurese noturna, ou o famoso “xixi na cama”, é uma das chateações mais comuns da infância e acaba perturbando toda a família. As crianças costumam controlar os esfíncteres ao redor dos 2 anos, mas algumas crianças o farão mais tarde, e se considera normal que até os 4 anos a criança tenha alguma perda urinária enquanto dorme.
A enurese noturna é muito mais comum nos meninos e acontece mais em algumas famílias. Sua causa geralmente se dá por uma bexiga menor ou por uma demora maior na maturação dos músculos dos esfíncteres da bexiga, e, mais raramente, pode estar associada a causas emocionais.

O importante para os pais é saber que isso se resolve com o tempo e, na maioria das vezes, sem nenhum tipo de intervenção. As estatísticas nos mostram que há uma diminuição de casos de 15% ao ano após os 5 anos de idade.
As condutas mais comuns são as terapias motivacionais, em que se oferece um prêmio por um intervalo de dias sem molhar a cama. Para funcionar, as regras devem ser bem estabelecidas antes de se iniciar o processo.
As terapias medicamentosas devem ser dadas pelo pediatra após a avaliação e discussão com os pais. O uso de alarmes não é comum no Brasil, mas muito usado, e com sucesso, nos EUA.

O importante é a família ter consciência de que a criança não faz isso porque quer, mas por um problema, e deve-se evitar puni-la ou ficar bravo, pois isso só irá prejudicar ainda mais o sentimento de culpa e piorar a autoestima da criança. Seja paciente e tente compreender seu filho e explicar para os familiares. Todos agindo em conjunto obterão um melhor resultado.

Em caso de dúvida, converse com seu pediatra.

Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Up to date

Xixi na cama – quando molhar a cama vira um problema

Fazer xixi na cama antes dos 5 anos é comum. Afinal, o sistema urinário dos pequenos ainda não está totalmente amadurecido. Após esse período, porém, os pais devem ficar atentos, pois pode se tratar de uma doença, conhecida como enurese noturna. A perda involuntária de urina envolve causas distintas. Uma delas é física, ou seja, quando a bexiga se contrai involuntariamente. Há também o que chamamos de poliúria noturna, quando ocorre aumento da quantidade de urina durante a noite pela falta de um determinado hormônio. E ainda consideramos como motivo a dificuldade no despertar ou de reconhecer a sensação de bexiga cheia. Outro fator curioso envolve hereditariedade: se um dos pais ou ambos passaram pelo problema na infância, o risco de seus herdeiros molharem a cama é alto.

O alívio é saber que todos os casos têm solução e raramente estão associados a algo grave. A atitude dos adultos de aceitação e tolerância, no entanto, é fundamental para o sucesso do tratamento. Os adultos precisam entender que a criança não faz de propósito, não tem culpa. Intervenções comportamentais simples, como evitar a ingestão de líquidos antes de dormir, e/ou levar a criança ao banheiro durante a noite costumam ser indicadas com sucesso. Em outros casos, pode-se recorrer ao uso de medicamentos que reduzem a produção de urina ou que controlam as contrações vesiculares. O ideal é procurar um profissional para avaliar o caso.

Molhar a cama também pode esconder outros males, como o diabetes, doença renal crônica e outras condições psicológicas, como estresse, depressão e/ou ansiedade. “Mas quando começar o tratamento?”, perguntam os pais. Vai depender da maturidade da criança e do nível de tolerância da família. Nada que doses de paciência, compreensão e interesse pelo assunto não resolvam.

As causas:

  1. Física: a bexiga se contrai involuntariamente.
  2. Poliúria noturna: quando ocorre aumento da quantidade de urina durante a noite pela falta de um determinado hormônio.
  3. Dificuldade no despertar ou de reconhecer a sensação de bexiga cheia.
  4. Hereditariedade: se um dos pais ou ambos tiveram o problema na infância, o risco de seus herdeiros molharem a cama é alto.

O tratamento:

  1. A atitude dos adultos de aceitação e tolerância são fundamentais para o sucesso do tratamento.
  2. Os adultos precisam entender que a criança não faz de propósito, não tem culpa.

Intervenções comportamentais simples:

  • Evitar a ingestão de líquidos antes de dormir.
  • Levar a criança ao banheiro durante a noite.
  • Programa de estímulos (calendário com estrelas).

Em outros casos, pode-se recorrer ao uso de medicamentos que reduzem a produção de urina ou que controlam as contrações vesiculares.



Tratamento

Se uma causa subjacente é descoberta após molhar a cama, como uma infecção do trato urinário, essa condição deve ser tratada. O tratamento visa reduzir gradualmente a freqüência de molhar a cama até que a criança pare de fazê-lo. Raramente é o tratamento apropriado antes dos seis anos de idade, quando geralmente a enurese começa a interferir no desenvolvimento social.

Apoio motivacional e familiar

Molhar a cama é um ato raramente intencional. Geralmente as crianças ficam com raiva e sofrem quando isso acontece. Não castigue a criança. É muito importante que os pais ofereçam incentivo para parar de molhar a cama ao longo do tempo. Não deixe que os irmãos provoquem a criança que molha a cama. Tenha cuidado para registrar o progresso da criança e oferecer apoio consistente. Um método de motivação muito simples é o uso de respostas positivas, como um gráfico de recompensas. A ingestão de líquidos deve ser limitada após 6 ou 7 da tarde, e a criança não deve tomar nada antes de ir dormir. Você também deve evitar consumir açúcar e cafeína durante o final da tarde.

Condicionamento do Comportamento

O médico pode recomendar um condicionador, como um bloco com uma campainha que soa quando molhado. A criança usa a almofada em sua cueca. O alarme acorda a criança para se levantar e ir ao banheiro. Os pais podem precisar ajudar a criança a ir ao banheiro e acertar o alarme novamente. A maioria dos estudos sugere que esta forma de tratamento tem a maior taxa de sucesso e menos complicações. Adicionar outros tipos de tratamento, como treinamento para manter a cama seca, também pode ajudar a criança. O treinamento para manter a cama seca é seguir um cronograma de acordo com o qual a criança é despertada durante a noite para ir ao banheiro.

Treinamento da bexiga

Alguns médicos sugerem alongamento da bexiga, mas há poucas evidências de que essa proposta funcione. Enquanto acordado, a criança aumenta gradualmente a quantidade de tempo decorrido entre a micção. Não use este método sem primeiro consultar o seu médico.

Medicamentos

Em alguns casos, o médico de seu filho pode lhe dar certos medicamentos para tratar os sintomas. Estes incluem:
  • Desmopressina (DDAVP): um hormônio disponível em comprimidos usado para diminuir a quantidade de urina produzida
  • Imipramina (Tofranil-PM, Tofranil): um antidepressivo que alivia o nível de sono e também pode diminuir a frequência de micção
  • Oxibutinina (Ditropan XL, Ditropan, Oxytrol): agente anticolinérgico utilizado, mas com baixa taxa de resposta


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