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Quebre preconceitos, conheça mais sobre o autismo
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Quebre preconceitos, conheça mais sobre o autismo

Quebre preconceitos, conheça mais sobre o autismo

 

Neste 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. A data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, busca dar visibilidade e ampliar o conhecimento sobre o transtorno. A entidade aponta que uma em cada 160 crianças no mundo tem transtorno do espectro autista (TEA). No Brasil, estima-se que 2 milhões de pessoas estejam dentro do espectro. 

 

A maior compreensão sobre o autismo e o combate aos preconceitos é uma das causas abraçadas pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal, da qual o Sabará Hospital Infantil faz parte. Em 2015, o projeto Autismo e Realidade – inicialmente formado como uma ONG de pais e profissionais de saúde – passou a integrar a fundação e, junto da estrutura do Instituto PENSI, iniciou ações de capacitação e pesquisa científica sobre os transtornos. 

 

Hoje convidamos você a vir conosco entender o autismo – uma condição que se manifesta já nos primeiros anos da criança. Quando diagnosticada precocemente, é possível ajudar os pequenos a lidar com as limitações do transtorno e melhorar a qualidade de vida de toda a família. A construção de uma sociedade mais inclusiva começa pela compreensão da nossa diversidade. Vem construir um mundo mais afetivo com a gente, conheça mais sobre os autistas! 

 

O que é Espectro Autista? 

 

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. Os sintomas do autismo se manifestam em diferentes níveis de intensidade e, por isso, cada autista possui características únicas. No entanto, há alguns pontos em comum. 

 

Pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social, mostrando dificuldades nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional. Também é comum adotarem padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. 

 

Alguns sinais podem ser identificados ainda quando bebê. Por exemplo, aos 18 meses se a criança faz pouco contato visual, não sorri e não responde ao ser chamada. Também fique atento se ela apresentar uma sensibilidade atípica (para mais ou para menos) para cores, texturas, temperaturas, dor, luzes e sons. 

 

Apesar dos transtornos começarem a se manifestar ainda na infância, o autismo é uma condição permanente que acompanhará a pessoa na adolescência e na idade adulta. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental, pois ao receber tratamentos adequados, de acordo com suas particularidades, a criança tende a ter um melhor desenvolvimento das suas habilidades, o que cria impactos positivos no seu bem-estar e dos seus familiares.   

 

A avaliação deve ser feita por um profissional especializado, como um neuropediatra ou psiquiatra pediátrico. O diagnóstico do autismo é realizado por observação direta do comportamento e uma entrevista com os pais e cuidadores, e pode incluir testes, como a escala M-CHAT.

 

 

Causas do autismo 

 

A origem do autismo não foi ainda totalmente esclarecida. Há um consenso entre a comunidade médica e pesquisadores de que a propensão ao TEA esteja associada a uma junção de fatores genéticos e ambientais. Apesar de não se saber exatamente quais são os fatores ligados ao aparecimento do distúrbio, alguns detalhes importantes já se tornaram conhecidos. 

 

Um dos pontos importantes comprovados cientificamente é que o autismo é altamente hereditário, ou seja, pode ser passado com facilidade de pai para filho. No entanto, o estudo que trouxe essa revelação, também apontou que o transtorno não se manifesta por meio de um único gene, mas através do resultado de variações genéticas em múltiplos genes. 

 

Vacinas não causam autismo

 

A falsa associação entre vacinas e os distúrbios do TEA foi amplamente difundida nos últimos anos em todo o mundo. No entanto, muitas pesquisas, realizadas com diferentes metodologias e grupos populacionais, já demonstraram que não há nenhuma relação entre a manifestação do transtorno e a aplicação de imunizantes.         

 

A OMS, mais importante órgão internacional na área da saúde, também afirma que não há evidência de uma associação entre a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, ou qualquer outra vacina infantil, e o transtorno do espectro autista. O órgão ainda destaca que “estudos anteriores que sugerem uma ligação causal estavam marcados por erros metodológicos”. 

 

Mesmo assim, ainda existem grupos que propagam desinformação questionando a segurança das vacinas. Essa falsa teoria teve como mola propulsora um artigo do pesquisador Andrew Wakefield, publicado em 1998, pela revista científica britânica Lancet, que descrevia o caso de 12 crianças que teriam desenvolvido autismo depois de receberem a vacina tríplice (MMR, em inglês). Posteriormente, o Conselho Médico Geral britânico cassou a licença médica de Wakefield apontando fraudes nas evidências da sua pesquisa. A revista Lancet também se retratou, retirando o artigo do seu acervo. 

 

O caso ainda está envolvido em suspeita de conflito de interesses, pois um repórter denunciou que Wakefield teria patenteado uma vacina contra sarampo para concorrer contra a tríplice viral. O estímulo ao medo da vacina estaria, então, associado ao interesse financeiro do pesquisador em promover o novo imunizante registrado por ele. 

 

Vacinas são seguras

 

Com a pandemia da COVID-19, temos ouvido muito falar dos processos de validação de uma vacina. Todos os trâmites que temos acompanhado com diversas fases de avaliação ocorrem com todos os imunizantes antes de serem liberados para uso, garantindo assim segurança. As vacinas também passam pela certificação de órgãos reguladores e independentes, que, no Brasil, é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Além disso, depois do licenciamento, o acompanhamento dos efeitos adversos continua, sendo assim, o monitoramento da segurança das vacinas é permanente. Se atualmente é raro encontrarmos uma pessoa sofrendo de sarampo, por exemplo, é justamente porque a vacinação protegeu várias gerações do alto risco de mortalidade causado por essa doença e de sérias complicações, como a cegueira e a surdez. 

 

Informação no combate aos preconceitos

 

Movimentos repetitivos, como balançar o corpo para frente e para trás, são comuns no espectro autista. Essa característica que pode causar certo estranhamento para pessoas neurotípicas (que não possuem transtornos mentais), é um comportamento que ajuda autistas a se reorganizarem internamente e processarem o que estão sentindo. Chamadas de “estereotipias”, as ações repetitivas ou ritualísticas vindas do movimento, da postura ou da fala ocorrem, normalmente, em situações em que o autista se sente exposto a muitos estímulos ao mesmo tempo. 

 

Sem uma compreensão da população em geral de aspectos como esse, pessoas com espectro autista são muitas vezes estigmatizadas. Porém, quando conhecemos um pouco mais as particularidades e singularidades TEA, ficamos mais próximos da empatia e do respeito à diversidade. No blog e nas redes sociais do Autismo e Realidade são divulgadas semanalmente informações e histórias que auxiliam a compreender a rotina e as características das pessoas com autismo. Acompanhe os conteúdos, divulgue para os amigos, contamos com você na construção de uma sociedade mais amorosa e inclusiva.           

 

Leia mais:

Visão de mãe: lidando com estigma dos filhos autistas

https://autismoerealidade.org.br/2020/12/10/visao-de-mae-lidando-com-estigma-dos-filhos-autistas/

 

Gêmeos têm, necessariamente, o mesmo diagnóstico de autismo?

https://autismoerealidade.org.br/2020/06/29/gemeos-tem-necessariamente-o-mesmo-diagnostico-de-autismo/

 

Capacitismo: o que é e o que fazer?

https://autismoerealidade.org.br/2020/07/09/capacitismo-o-que-e-e-o-que-fazer/ 

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