Cólera
Doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae, muito rara no Brasil.
Pode se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e cãibras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose e colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal. Entretanto, frequentemente, a infecção é assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve.
A acloridria gástrica agrava o quadro clínico da doença. A infecção produz aumento de anticorpos e confere imunidade por tempo limitado (em torno de 6 meses).
Até 1991, o Brasil era uma área indene para cólera. A epidemia que atingiu o País, a partir daquele ano, faz parte da progressão da sétima pandemia iniciada em 1961, com um foco epidêmico em Sulawesi, ex-Célebes (Indonésia), que se espalhou por países da Ásia, Oriente Médio, África e regiões da Europa, com eventuais achados nos Estados Unidos desde a década de 1970. Essa pandemia atingiu o continente sul-americano pelo litoral do Peru, em janeiro de 1991, estendendo-se, logo em seguida, por todo aquele país e o Brasil, atingindo 14 nações da América do Sul.
A introdução da cólera no Brasil ocorreu em 1991, pela selva amazônica, no Alto Solimões, se alastrando, progressivamente, pela região Norte, seguindo o curso do Rio Solimões/Amazonas e seus afluentes. Neste mesmo ano, a região Nordeste também foi atingida, apresentando, em 1992, características explosivas, principalmente nas áreas indenes e com situação precária de saneamento e qualidade de vida.
O comportamento da cólera no Brasil sugere um padrão endêmico, na dependência de condições locais que favoreçam a circulação do Vibrio cholerae.
Fonte: Ministério da Saúde