Refeições em família podem melhorar a saúde física e mental das crianças
As festas de fim de ano trouxeram aquela linda cena: família toda reunida em volta da mesa curtindo as companhias uns dos outros. Acabada a ceia, cada um volta para o seu canto, em refeições solitárias e às vezes até em frente à TV. Um estudo publicado em dezembro no Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics sugere que fazer refeições em família regularmente pode beneficiar a saúde e o bem-estar das crianças.
Os pesquisadores descobriram que as crianças que faziam refeições em família com frequência aos 6 anos, comparado àquelas que raramente faziam refeições em família, tinham melhores aptidões gerais, menor consumo de refrigerantes, menores tendências a agressões físicas e comportamento opositivo aos 10 anos.
Este não é o primeiro estudo que sugere os benefícios das refeições em família. Porém, segundo os pesquisadores deste novo estudo, as pesquisas anteriores não captavam o contexto familiar e a complexidade da experiência.
Este estudo promete ser mais profundo. Linda Pagani, da Université de Montreal no Canadá, coautora do estudo, e seus colegas incluíram dados de 1492 crianças que faziam parte do Quebec Longitudinal Study of Child Development. Todas as crianças nasceram entre 1997 e 1998 e foram acompanhadas desde os 5 meses.
Quando alcançaram 6 anos de idade, seus pais responderam qual a frequência das refeições em família. Aos 10 anos, os pais, professores e as próprias crianças forneceram informações a respeito de seus hábitos de vida, conquistas acadêmicas e sociabilidade.
“Como tínhamos muitas informações sobre as crianças antes dos 6 anos – como seu temperamento e habilidades cognitivas, a educação de suas mães e características psicológicas, configuração e funcionamento da família – eliminamos qualquer condição pré-existente das crianças e de suas famílias que poderiam jogar uma luz diferente sobre os resultados”, diz a coautora do estudo, Marie-Josée Harbec, também da Universidade de Montreal.
Os pesquisadores acreditam que a presença dos pais da criança na mesa de jantar dá uma oportunidade de interação social e a chance de falar sobre preocupações diárias. “Experimentar formas de comunicação positivas pode ajudar a criança a se engajar em melhores habilidades de comunicação com pessoas fora da unidade familiar”, diz a pesquisadora.