
Crianças saudáveis são sempre muito ativas.
Crianças saudáveis são sempre muito ativas. Principalmente se for um menino de 10 anos, que tem um irmão de 13 anos, como é o caso do Gustavo Benedetti Novoay.
Mas, em um dia, sem estar fazendo nenhuma traquinagem comum da idade, ele começou a sentir uma dor incontrolável, deixando seus pais bastante apreensivos.
“Ele estava indo para a escola de repente ele começou a gritar de dor no carro. Ele dizia ‘papai, não consigo mexer o pescoço, está doendo, começou a chorar e gritar de dor’. Percebemos que ele virou a cabeça para o lado e não conseguia trazer de volta”, conta a mãe Fernanda Guimarães Benedetti.
Ele teve uma luxação chamada Síndrome de Grisel, um tipo de torcicolo adquirido. “O pescoço se entorta por causa do desalinhamento parecendo um torcicolo. É uma condição rara que ocorre com mais frequência em crianças abaixo dos 12 anos de idade. Trata-se de uma subluxação da 1a e 2a vértebras cervicais, sem histórico de trauma e frequentemente associada a quadros de infecção de vias aéreas superiores em crianças. Normalmente há uma melhora espontânea com uso de medicamentos e de colar cervical. O Gustavo ficou um período de cinco semanas com colar cervical e não melhorou. Realizamos o exame (tomografia computadorizada) e identificamos um descompasso nas vértebras C1-C2. Pelo tempo transcorrido sem melhora (5 semanas), optamos pelo tratamento com tração cervical (ficou três semanas com tração) 24h por dia”, explicou Dr. Denis Seguchi Sakai – ortopedista especializado em doenças da coluna pediátrica do Sabará Hospital Infantil.
Por conta da urgência, os pais levaram em um pronto-socorro mais próximo. “Ele gritava tanto, que a gente ficou assustado. Quando detectaram o problema, colocaram um colar cervical mais simples, que não era o certo. Como não melhorou fui procurar um especialista e sete dias depois eu já estava passando em consulta com o doutor Denis aí no Sabará e comecei o tratamento correto”, afirma a mãe.
O especialista explica que essa inflamação leva a uma frouxidão dos ligamentos e estabilizadores desta articulação levando a uma instabilidade nessas vértebras da coluna. “Quando identificada precocemente, o tratamento não cirúrgico com uso de colar cervical rígido leva à cura da condição. Em situações em que a articulação não retorna à posição normal pode-se empregar o uso de tração craniana. O atraso no diagnóstico pode resultar em necessidade de indicação de cirurgia”, afirma Dr. Denis.
Durante o período de internação, Gustavo foi melhorando e conseguiu, graças ao apoio de toda a equipe e da sua mãe, manter o máximo de sua rotina possível. “Eu achei que ele fosse ficar muito triste, mas que nada; ele gostou. Ele faz as atividades escolares a distância, depois do almoço descíamos para a brinquedoteca para distrair e lá, já tem outras crianças que vão brincar, eles acabam esperando um ao outro para brincar junto”, conta a mãe.
Gustavo já teve alta e agora irá realizar apenas as consultas de rotina. “Eu gostei bastante do atendimento. Inclusive eu vi que já tem a hebiatra, que já é um médico mais já para depois do pediatra e como também tenho outro filho mais velho, já pretendo marcar para trazê-los para cá. Sou da zona sul de São Paulo, e às vezes você fala ‘ah, pela distância não vale a pena’. Mas eu garanto que vale, porque você acaba resolvendo tudo em um lugar só, fica tudo prontuário tudo num lugar só, é bem melhor. Eu já passo na consulta com especialistas, se precisar fazer o tratamento tem um hospital, tem os exames todos aqui, não tem que ficar correndo de um laboratório para outro e isso facilita bastante. Aproveito ainda para agradecer toda a equipe as enfermeiras são muito boazinhas, muito fofas muito atenciosas, médicas a psicóloga, a nutrição. Adorei o hospital!” finaliza a mãe.
O médico explica que não há maneira de evitar, mas que os pais devem observar os sintomas. “Caso a criança apresente um torcicolo sem histórico de trauma e que persista por mais de 48 horas, deve procurar um especialista em coluna”, afirma o especialista.