Criança Vegetariana e Nutrição Infantil - Hospital Sabará
 
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Criança Vegetariana e Nutrição Infantil

Ser vegetariano está na moda e calcula-se que de 2% a 4% da população da Europa adote o vegetarianismo. Cada vez mais, em cidades grandes como São Paulo, se encontram restaurantes vegetarianos e com os mais diversos enfoques – dos mais leves aos mais radicais, que só servem alimentos crus, sem nenhum produto de origem animal. E com a moda entre jovens vem a preocupação dos pais sobre o que fazer quando o filho, em geral adolescente, entra nessa dieta.

Artigo do Jornal Europeu de Pediatria (de dezembro de 2012) traz uma revisão sobre os riscos e benefícios do vegetarianismo, com especial ênfase na nutrição infantil vegetariana.

Esse padrão alimentar, com exclusão de carne e peixe, está sendo adotado por um número crescente de pessoas. A dieta vegetariana tem sido associada com menor risco de mortalidade por doença cardíaca isquêmica e menor prevalência de obesidade, além de maior longevidade.

O crescimento e o desenvolvimento de crianças com dieta vegetariana (que excluem também produtos lácteos) mostram curvas semelhantes a seus pares onívoros. Embora o vegetarianismo em adolescentes esteja associado a distúrbios alimentares, não há nenhuma prova de relação causal, como o transtorno alimentar, que geralmente precede a exclusão de carne da dieta.

Uma dieta lacto-ovo-vegetariana equilibrada pode satisfazer todas as necessidades nutricionais da criança em crescimento. Em contrapartida, uma dieta vegana, que exclui todas as fontes de alimento animal, deveria ao menos ser suplementada com vitamina B12, com especial atenção para a ingestão adequada de cálcio e zinco, e garantir uma dieta energeticamente adequada, com alimentos que contenham bastante proteína de alta qualidade.

Como orientação aos pais que adotam dietas vegetarianas para seus filhos, aconselhamos alguns cuidados:

  1. Acompanhe as curvas de crescimento e desenvolvimento de seu filho.
  2. Visite regularmente um pediatra para ver se há sinais de carências de elementos como vitamina B, ferro, cálcio etc.
  3. Procure o acompanhamento de uma nutricionista que conheça dietas vegetarianas e não tenha preconceitos em relação a elas.
  4. Em fases de grande crescimento (primeiro ano de vida e início da puberdade), esse acompanhamento deve ser feito mais frequentemente.
  5. Lembre-se: quanto mais restrita a dieta e mais nova a criança, maior o risco de deficiências.

Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: European Journal Of Pediatrics
Vol. 170, nº 12, páginas 1489 a 1494
Publicado em 12/01/2011



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